quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Procuro gostar de alguém.

"Procuro gostar de alguém que goste do barulho da chuva caindo. Procuro gostar de alguém que goste de sorrisos enormes, daqueles sorrisos que dão a impressão de engolir o outro. Procuro gostar de alguém que goste de escrever poemas em pedaços de guardanapos. Procuro gostar de alguém que me olhe com a certeza de que sou necessária. Procuro gostar de alguém que olhe pro céu antes de sair de casa. Procuro gostar de alguém que goste de fotografar pessoas. Procuro gostar de alguém que cante pra mim. Procuro gostar de alguém que chore, mas que saiba levantar a cabeça. Procuro gostar de alguém que tenha sensibilidade. Procuro gostar de alguém que também goste de mim."

Raíssa só procura isso em alguém.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Diversos lugares.

Ando por diversos lugares e tento não me encantar com qualquer sorriso. Às vezes, tento disfarçar a timidez de um primeiro encontro, mas quase nunca encontro alguém. É que em cada canto, tento buscar soluções pra minha carência afetiva, carência que me destrói até os dedos dos pés. É tão difícil ir aos lugares e tentar buscar soluções nas pessoas. De vez em quando, só quero alguém pra me divertir e tirar sarro da cara daquele alguém, mas, quase sempre as pessoas que tiram sarro da minha cara. Tento não demonstrar desespero, mas minhas atitudes são desesperadas já que desejo tanto ter alguém. E desejar alguém não significa que eu ame, mas só desejo naquela hora, naquele momento. Tem dias e dias, há dias que só quero apenas um beijo e um abraço. Tem dias que quero bilhetes com pedido de namoro. Tem dias que eu quero apenas corpo com corpo, entende? 

Quem sabe, talvez, eu encontre alguém meio desajeitado e que esteja procurando outro alguém. Não ligo onde essa pessoa me espera. Pode ser num bar, em uma avenida esquisita, na fila do cinema ou na mesa do shopping. Eu só quero ter a certeza de que alguém me espera e que de braços abertos vai me aceitar do jeito que eu sou. Não quero ter que mudar pra que essa pessoa me queira, quero apenas que ela me deseje na mesma proporção. Mas, confesso, que tenho andando por tantos lugares. Lugares bonitos e feios, becos e ruas largas, mas não consigo saber se lá no fim alguém me espera. Ultimamente tenho preguiça de andar até o fim dos lugares, por isso, dou meia volta. É tão fácil voltar, não quero ter que ir até o fim e quebrar minha cara, meu coração não tem mais condições.

Pedaços do meu coração partido são deixados no meio do chão e tenho preguiça de colar pedaço por pedaço. Só quero saber se você me espera e se você realmente quer consertar o meu coração. Acho que com um beijo, um abraço e um cafuné, meu coração já volte a ser o que era antes. Vou adorar se você quiser ficar. Mas, tenho preguiça das pessoas e de ter que forçar romance. Gosto de romance que brota do nada e que não é tão difícil, gosto de romance que acontece naturalmente. Espero que você também goste de romance assim, pois tenho estado com preguiça de andar até o fim pra saber se alguém me espera. Vem me encontrar e fica!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Nós gostamos do que criamos.

Estive apaixonada durante anos por um rapaz. Ele era tudo que eu queria em alguém. Não enxerguei defeitos e nem mesmo quão errado seria nós dois. Gostei tanto dele que esqueci de gostar de mim. Fiz loucuras de amor, ceguei. Escrevi textos, fiz músicas, coloquei poemas na porta da casa dele, guardei fotografias dele sorrindo só pra lembrar que era daquele sorriso que eu precisava. Escrevi uma carta e quis entregar, mas ainda bem que não entreguei. Fiquei detonada e humilhada de tanto amor, não entendia como alguém poderia chegar e me deixar arriada daquele jeito. Só havia um grande problema, ele não gostava de mim.

Sempre me olhei no espelho querendo saber o que eu tinha de errado. Procurei em outros rapazes o amor que não tive dele. Certo dia, conversamos e eu disse tudo aquilo que estava preso dentro do meu coração. Surtei de uma forma surreal e eu sabia que ele também estava com medo. Falei que eu o amava tanto que não tinha forças, que eu queria ele e que por ele, eu arriscaria tudo. Ele, com aquele jeito apaixonante, com aquele sorriso bobo, me disse algo: 'Como você pode gostar de mim? Nós não temos nada. Ninguém gosta do que não tem.' Chorei por dias, as palavras dele feriram a minha alma e me fez pensar que eu realmente tinha vindo com defeito de fábrica, mas a minha maturidade era pouca e agora percebo que aquela foi a maior verdade que já escutei.

A gente gosta do que a gente cria, do que a gente imagina do outro. Não existe amor se não há reciprocidade. Não existe amizade se não há confiança. Não existe sexo se não há desejo. Eu gostei dele porque imaginei uma pessoa, desenhei ele dentro da minha mente e fiz com que ele fosse alguém sem problemas. Esqueci que ele era um ser humano e que criei expectativas por alguém que nem sabia da minha existência. Pude perceber que a gente gosta do que é bom pra gente. Mas, quanto vale o amor que demonstramos pelo outro?