domingo, 28 de setembro de 2014

Por favor, não cruze meu caminho!


Bastaram dois sonhos contigo para que meu coração pudesse arder novamente e minhas mãos gelassem ao ouvir o som do teu nome. Talvez você seja o tipo de pessoa que o tempo não apaga e que o coração não esquece. No início, eu me sentia mais segura porque tinha certeza de que te queria por completo, mas hoje em dia já formei minha opinião, tenho outra mente, cabeça fechada para relacionamento, não acho que você seja quem eu preciso. Mas você me vem à tona e me derruba. Fico no chão, com os olhos lacrimejando e uma vontade imensa de que nossos caminhos não batam um no outro. Tenho medo de você chegar e acabar com a segurança que estou sentindo, de você me desviar do meu caminho e da minha paixão por ti recomeçar.

Eu já te quis tanto, já quis tanto provar do seu beijo, do seu sabor, mas tenho medo. Tenho medo que eu esteja destinada a você. Um dia, me perguntaram se eu tinha certeza de que ficaríamos juntos, e eu, chorando, respondi que acreditava fielmente que o nosso amor ia acontecer. Olha, ultimamente tenho conseguido me equilibrar na corda do amor, estou indo em frente, sem olhar para trás e me deixando ser guiada pela vida. É como se houvesse um penhasco para atravessar, mas estou na corda, andando, e olhando para baixo é um buraco sem fim, se eu me descontrolo e acabo caindo, já era. Então, deixa eu me manter firme e ir adiante, tá? Não me arranque da corda.

É algo bem estranho, nunca senti isso por ninguém. Talvez seja a carência falando mais alto, mas o teu sorriso ainda é o meu favorito e ainda quero morar em teu abraço, mesmo sabendo que não é permitido. Estou sendo direta: quero-te, mas não posso. E eu venho perceber todo o meu desejo com você quando acordo de um belo sonho e sinto saudades. Só te peço algo: Por favor, não cruze meu caminho!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A fita métrica do amor (por Martha Medeiros)

Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.
 
 
(Martha Medeiros)