segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Perseguida pelo amor

A primeira vez que eu escrevi sobre amor, eu tinha uns doze anos. Eu não sabia o que significava todo aquele sentimento, mas eu conseguia imaginar quão bom ele era. Via nos filmes e seriados, muitos casais que se davam bem e juras de amor eterno. Cresci assim. Transbordando de amor pra passar. Escrevi um pequeno livro sobre um casal que se amava muito, mas a vida precisou levá-lo, mas o que havia permanecido era o amor que, ao longo da história, eles foram construindo. Quando o amor pediu para entrar no meu coração, eu o aceitei sem medir esforços e confesso que não foi uma experiência boa. Horas trancada no quarto, lágrimas iam rolando e músicas tristes tocavam no microsystem. Foi naquele quarto que aprendi que o amor pode não durar muito.

Eu achei que se a gente quisesse comprar alguém, a gente podia. Sei lá, podia comprar um cd da banda favorita dele e presentear, um pacote de chocolate amargo ou até mesmo demonstrar carinho. Diversas vezes sentei com o cara que eu gostava e disse, sem medo algum, dos meus sentimentos por ele. Engraçado, eu tinha doze anos, mas já sabia o que queria. Ou achava que era o certo. Não obtive sucesso, ele apenas riu e disse que não sentia o mesmo por mim. Foi naquele momento, sentada naquela calçada que eu soube que, às vezes, o amor pode não ser correspondido. Fiz loucuras por outra pessoa, chorei na frente de quem eu gostava e escrevi diversas cartas que nunca entreguei. O amor me perseguia.

Resolvi fechar meu coração inúmeras vezes e estar tranquila consigo mesma é uma sensação maravilhosa, mas falta algo. E me faltou algo, procurei em pessoas erradas o preenchimento do meu coração, coitada de mim! Será que minhas experiências não me ensinaram nada? Eu precisava gostar de mim, cuidar de mim e querer a minha companhia. E eu fiz isso. Mas aí, o amor invadiu minha vida de novo e me fez voltar aos meus doze anos. Talvez um dia eu cresça ou talvez este sentimento sempre peça pra entrar na minha vida, e aí, eu sempre o deixarei entrar.

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